À mesa com a Cuca Monga
Lado B de um grupo de amigos unido pelo amor à música e às memórias construídas à volta da mesa

Dos estúdios da editora Cuca Monga, além de projetos musicais de sucesso, que parecem nascer uns atrás dos outros, surgiram amizades para a vida. Para os quase 30 membros, a música é trabalho, mas também paixão, tal como o ritual de partilharem uma boa refeição uns com os outros
“Têm de ficar para jantar. Há um arroz de robalo selvagem no forno que é incrível.” O apelo que a chefe Leonor Godinho lança a Madalena Tamen, Luís Montenegro e Joe Sweats (nome artístico de João Pereira Nunes), enquanto brindam, em torno de uma das mesas do Vago, onde lidera a cozinha, soa, a dizer pouco, aliciante.
A tarde começa a chegar ao fim, os bares de Lisboa chamam por quem ainda teima em trabalhar e, perante o desafio, os três amigos ponderam seriamente o desenrolar da noite.
“Arroz de robalo, secretos de porco preto, migas… Está a haver uma festa no meu palato”, comenta Luís, tecendo elogios rasgados ao talento de Leonor para criar pratos de comer e sonhar por mais. A conversa muda rapidamente para as férias que Joe acabou de fazer na Madeira, que “foram espetaculares”, porque “lá, come-se tão bem”.
Pausa breve para um debate sobre o facto de a carne açoriana não competir, nem de longe, com as iguarias madeirenses, no qual estão todos de acordo.
Segue-se uma reflexão sobre a falta de tempo das novas gerações para cozinhar. “Pode estar a fazer com que muita da sabedoria culinária típica portuguesa esteja a perder-se”, comenta Luís.
E uma viagem às memórias de infância, à canja de galinha, “sempre com massa”, às couves de Bruxelas e aos brócolos, de que todos gostavam, e à sopa de couve-galega, que Luís comia em casa da avó.
Se pudéssemos congelar o momento numa fotografia, à primeira vista, veríamos amizade, depois os últimos raios de sol de uma tarde de quinta-feira a entrar pela janela, copos meio cheios e pedaços de pão mergulhados em molho de pica-pau, sobre a mesa, e, por fim, de novo a amizade.
É uma pequena amostra do que une, não só Leonor, Madalena, Luís e Joe, mas também os restantes membros da Cuca Monga, editora discográfica à qual os quatro estão ligados.
Era uma vez em Alvalade… já lá vão 10 anos
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